Sócrates em entrevista
Centrada meramente em questões económicas a entrevista de Sócrates foi mais um acto de campanha eleitoral.
Viu-se um Sócrates muito mais calmo, mas cansado, sem àquela arrogância que lhe era conhecida do quero posso e mando.
Muito dialogante ficava-se pelas meias palavras.Viu-se um Sócrates que até tem pena dos pobrezinhos e das classes que estão a ser massacradas com os juros altos e até vai tomar algumas medidas para parar que os pobres fiquem sem as suas casas.
Vai baixar o IRS e IMI-Imposto Municipal Imobiliário por que o povo português está a ser muito afectado com o aumento dos combustíveis.
Falou no Códígo do Trabalho que é muito bom para a economia e competividade das empresas.
Falou que a precariedade laboral vai baixar de 6 para 3 anos por via do Código do Trabalho e que obrigar os patrões a pagar mais segurança social se quiser manter um trabalhador nesse regime.
Não falou das escolas e das maternidades que fechou.
Não falou dos funcionários públicos alvos de massacre sistemático por parte do governo, despedimentos encapotados com a mobilidade, retirada de direitos sociais, alteração do regime de carreiras, aumentos miseráveis, novo regime de avaliação de funcionários, com o objectivo de manter os FP na mesma.
Não falou da repressão laboral que visa o Código do Trabalho e as suas implicações contra os trabalhadores.
Sócrates não falou do "Não" da Irlanda a tratado de Lisboa e se vai respeitar esse voto ou se vai arranjar algum subterfúgio de última hora.
Não falou de que caminhamos a passos largos para um regime musculado policial e repressivo.