A FIDAR é uma pequena – média empresa de têxteis sediada na região de Gondar, Guimarães que fechou as portas no fim do mês de Julho por alegada baixa de produtividade.
No seguimento de uma situação aparentemente de crise, o patrão tenta estabelecer acordos com os trabalhadores, no número de 150, para que estes oficialmente declarem o abandono voluntário do seu posto de trabalho, sendo que, o valor a receber ao assinar tal acordo se mostrava francamente inferior ao que, na realidade, deveriam receber.
54 trabalhadores aceitam o acordo, 93 declinam a proposta, uma vez que o patrão não dá quaisquer garantias do pagamento posterior das indemnizações que efectivamente lhes é devida. Soma esta que excede em muito a quantia que aquele acordo estabelecia.
Assim sendo, os trabalhadores discordantes estão em manifesto desde o dia 1 de Agosto do corrente ano em frente à fábrica e onde permanecem dia e noite até que toda a situação seja justamente regularizada. Note-se que muitos destes têm além de 30 anos de trabalho nesta empresa e sabem ser extremamente difícil encontrar outras formas de rendimento devido à sua idade, desconsiderada, também ela, nas ofertas de trabalho existentes. Existem, da mesma forma, casais desempregados e com filhos que, trabalhando na mesma empresa se vêm absolutamente sem rendimentos. É certo que estão a ser auxiliados pelo fundo de desemprego, o que impede que a contestação surja sobre outras formas, contudo, não será garantia de uma pacificação por muito mais tempo, afirmam os próprios. É uma espécie de mundo ao contrário, diz um dos trabalhadores, uma vez que, devido à contestação levada a cabo, até já se sentiram enganados também pela GNR.
Na situação acima referida, existiu uma clara conivência entre o sargento da GNR e dos seus súbditos, com o patrão da FIDAR. Para além dos senhores policias terem agido de forma brusca com os protestantes, ao chegarem à fábrica, aceitam que o carro do patrão não seja revistado aos olhos de tod@s, mas nas instalações da GNR.
O facto de terem os trabalhadores descoberto ligações ambíguas entre o advogado e uma empresa que surge posteriormente ao encerramento da FIDAR e á qual se tentam vender os bens da FIDAR, etc.
São estas situações insólitas ocorridas durante a contestação que ainda dura dia e noite em frente das instalações da FIDAR.