comentário
Sim, Batista da Silva foi um alvo apetecível para a nossa gandulagem da comunicação social que o depenaram pena por pena.
Durante quase uma semana não se falou de crise mas do "burlão da ONU" que falou em nome desta organização.
A ONU como toda a gente sabe não é uma organização credível, primeiro por está ao lado dos poderosos que governam este mundo e exploram os países pobres em troca de um saco de arroz, e segundo por que em nome da paz, fazem a guerra e instalam o terror americano nos países ocupados pelos exércitos ocidentais.
Mais valia o homem fazer a sua propaganda em nome pessoal embora ela não passasse na intoxicação social por quem tem amigos nas rádios, tv, jornais e partidos tem o poder na mão como sabemos.
AS LACUNAS DO CONSULTOR DA ONU
O economista Artur Baptista da Silva é hoje o alvo número um da chacota dos gazeteiros nacionais.
Infatigavelmente, apregoam que nunca foi representante da ONU, que a Universidade onde teria feito o doutoramento não existe mais, que esteve preso mais de dez anos por homícidio de dois transeuntes e por aí fora.
Curiosamente, somos atordoados a toda a hora por semelhante açougada mas jamais érevelado aquilo que o tal Baptista aduziu aos mui lustrosos políticos profissionais e tri-doutores, nos mais descabelados embates para que foi convidado com toda a pompa e circunstância.
Encolhimento pelo inchado ego posto a nú, ou antes culpas no cartório? Inclino-me para a segunda hipótese.
Pois não é verdade que o Baptista pôs a nú os desmanchos da governação económica a que somos sujeitos?
Se, ao invés de fundamentar semelhantes certezas perante os eunucos da política, ou seja, que as políticas restritivas com que atenazam o povo nos conduzem desapiedadamente àmais sofrida das penúrias, tivesse ele feito coro com os poltrões do apostolado do capital, e outro galo lhe cantaria.
Um importante poleiro na traquitana estatal, decerto lhe estaria reservado. talvez mesmo o de ministro, porque não? Afinal o que diferencia o astuto Baptista do finório Relvas? Apenas uma pequena minudência, o Baptista é, de facto, licenciado. São, porém, tremendas as semelhanças nos requintes do embuste, um aldraba na licenciatura, o outro no doutormento.
Ambos são farinha do mesmo saco da rapinagem e do desenrascanço. Contudo, é forçoso reconhecê-lo, num aspecto o Relvas leva a melhor. Acarreta consigo uma longa carreira de embuste e falsidades ao serviço daquilo que a eufemística novílingua do poder classifica como serviço público. Ou seja, desde jovem que se atascou no espírito do domínio e da opressão, sob a protecção do bando de sujeição de que é membro.
Ora o Baptista não é figura grada de qualquer partido, não émembro de nenhuma seita política e nem mesmo ébeneficiário de qualquer outra cáfila do poder.
Grave lacuna essa, pois decerto não ignora o economista que todos aqueles que pretendem ascender aos cargos públicos de relevo e às inerentes mordomias, têm necessariamente de ser membros de um partdo político. E, de preferência, daqueles que constituem "o arco do poder", essa grotesca expressão com que são designadas as máfias da política profissional que constituem a tropa de choque predilecta do capital hegemónico.
Foram esses equívocos que tramaram o engodo bem urdido pelo suposto alto fucionário do PNUD. Assim não fosse e hoje teríamos mais uma "importante personalidade" a debitar requentados conselhos aos pacóvios deste jardim à`beira mar plantado. Com a garantia de larga ampliação através dessa caixa de ressonância, tachada de comunicação social, como é habitual suceder com as mais "proeminentes personagens das forças vivas da nação ", já que às "forças mortas", é-lhes destinado o silêncio sepulcral.
Ao Baptista resta-lhe o opróbrio, cavilosamente conduzido pelos pategos que caíram na sua esparrela. Entretanto, como habitualmente, prossegue sem mais incidentes a ópera bufa da sociedade portuguesa.
ZL