Qual será o próximo desastre? Qual será o próximo escândalo?
Todos se lembram das medidas de austeridade que se conjugaram com a salvação dos bancos através da canalização mais ou menos a fundo perdido das “poupanças” conseguidas com os cortes. E ainda há que contar com a venda ruinosa do Novo Banco e o envolvimento idiota da Misericórdia no Montepio, pela razão cretina de se considerar que o Montepio era uma entidade cooperativa e portanto sob a alçada do Ministério do… Trabalho.
Nem todos se lembram que o astronómico peso da dívida pública se tem consubstanciado na constituição de colaterais para os bancos e os especuladores poderem aproveitar o quantitative easing do Draghi e assim contribuírem para a próxima crise financeira.
Para a classe política é unânime de que compete a quem vive e trabalha em Portugal o pagamento de uma dívida constituída na base da ilegitimidade; e fala-se de ilegitimidade porque legitimidade só existe se o dinheiro é utilizado no bem-estar da população. E não foi, como sabemos.
A mesma classe política insiste nas virtudes de uma reestruturação pífia e de parcos resultados para convencer a plebe que vai reduzir substancialmente a fatura individual de encargos com a dívida (830 euros). E não vai.
Desses factos e da corrupção que carateriza a classe política, revelou-se o fracasso de um Siresp fornecido por um bando de criminosos, mais ou menos impunes e dado por aceite pelo PSD/PS, o partido-estado, uma réplica da tentacular e durável União Nacional do fascismo, com duas faces. Para além do custo dessa PPP há a somar o incalculável custo das 64 vidas e da perda de centenas de milhões de euros em prejuízos materiais; estando já no terreno a disputa das verbas solidárias recolhidas para o povo de Pedrógão.
Assim, no seguimento da mesma política de cortes e de rapina do pote, descura-se a guarda de material de guerra mas, não o envio de militares para preencher os pelotões ao serviço da Nato, no Mali, no Afeganistão e outras áreas, como se um país irrelevante como Portugal tivesse qualquer interesse comercial ou estratégico nessas áreas.
Assim, vão-se mantendo 31000 militares cuja utilidade é, em grande parte nula; e em evidente desproporção com a tropa espanhola, com um território maior, mais populoso e mais inserido em áreas “quentes” do planeta.
Assim, continua a insistir-se num modelo de administração da res publica baseado na posse de cartões partidários, desde os ministros ao chefe das latrinas, desde o presidente da câmara ao jardineiro-chefe, para além de um colecionador de selfies.
Pouco dinheiro, cargos e mais cargos, incompetência, compadrio e corrupção, afastamento da esmagadora maioria da população das decisões sobre tudo o que se relaciona com as suas vidas – saúde, educação, segurança, habitação, ordenamento, qualidade alimentar… – terá o nome que se quiser mas, democracia não é.
Qual será o próximo desastre? Qual será o próximo escândalo?
GT
Os Verões são muito prejudiciais para os governos a começar pelos incêndios.
Este governo está a ser fustigado pelos incêndios com mortes na estrada o que é ainda mais complicado.
As mortes na EN 236 foram provocadas pelo incêndio de Pedrogão Grande, mas a GNR é a responsável nato por estas mortes que eram perfeitamente evitáveis se a estrada fosse cortada em ambos os lados onde entroncam.
A questão dos incendios só se resolve com um sistema de rega implantado nas florestas; plantação de novas árvores, (oliveira, sobreiro, castanheiro, e trigo aveia, cevada, etc).
Agora com o roubo das armas em Tancos veio completar a maré de azar deste governo.
As armas estando num lado ou noutro o efeito é o mesmo: matar.
Mas o Estado quer dono e senhor desse dom de matar gratuitamente.
A oposição de direita PSD/CDS vem a terreiro pedir contas ao governo e demissões de ministros.
O PSD/CDS tem tido falta de argumentos em matéria económica e agora encontram aqui matéria para criticar o governo.
A oposição de esquerda também capitalizou algumas criticas em matéria eleitoral.
O PS estava a ter um bom score eleitoral devido as "boas" contas económicas e agora e bem possível que desça para a direita e para a esquerda.
Enfim vamos ter uma campanha eleitoral autárquica recheada de assuntos nacionais.