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LIBERDADE E BEM ESTAR

LIBERDADE E BEM ESTAR

António Aleixo poeta popular

14.06.10, uon

António Aleixo já dizia:

 

Não sou esperto nem bruto

nem bem nem mal educado

sou simplesmente o produto

do meio onde fui criado.

 

Morre o rico dobram sinos

morre o pobre não a dobres

que deus e esse dos padres

que não faz caso dos pobres.

 

Vós podeis chamar-me louco

democrata, socialista, e comunista e

(anarquista) também

pois eu sou uma coisa mista

do bom que isso tem

 

Fui policia e fui soldado

saí fora da nação

vendo jogo e guardo gado

só me falta ser ladrão.

 


 

 

Versos do poeta popular de Loulé, António Aleixo:

 

Da educação desportiva,
Que nos prepara p'ra vida,
Fizeram luta renhida
Sem nada de educativa.

 

E o povo, espectador em altos gritos,
Provoca, gesticula, a direito e a torto,
Crendo assim defender seus favoritos
Sem lhe importar saber o que é desporto.

 

Interessa é ganhar de qualquer maneira.
Enquanto em campo, o dever se atropela,
Faz-se outro jogo lá na bilheteira,
Que enche os bolsinhos aos que vivem dela.

 

Convém manter o Zé bem distraído
Enquanto ele se entrega à diversão,
Não pode ver por quantos é comido
E nem se importa que o comam, ou não.

 

E assim os ratos vão roendo o queijo
E o Zé, sem ver que é palerma, que é bruto,
De vez em quando solta o seu bocejo,
Sem ter p'ra ceia nem pão, nem conduto.

 

Versos incluídos no poema intitulado «O Outro Jogo» in Inéditos, Loulé
António Aleixo