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LIBERDADE E BEM ESTAR

LIBERDADE E BEM ESTAR

O Raio. Folha política pelo autor da Lanterna, 1873.

31.01.13, uon

 

«Não seria melhor cortar sem piedade no orçamento da despesa, e expulsar dele os conselheiros que não aconselham, os marchais que não marcham, os brigadeiros que não brigam, os engenheiros que não engenham, os directores que não dirigem, os administradores que não administram, os parasitas, enfim, de todas as condições, que vivem anafados nas camarilhas das secretarias, nas camarilhas do governo, nas camarilhas dos paços, numa palavra, não seria melhor fazer a guerra sem tréguas ao devorismo que envergonha, e extenua, e mata este desgraçado país?»

«Dizei-nos, escribas do governo e escribas da oposição, assalariados da polícia e candidatos ao subsídio da corrupção, jornalistas regenerados e reformistas, panegiristas de Fontes e Serpa e turibuladores do Bispo e do conde de Samodães, defensores do malogrado empréstimo Erlanger e do leonino empréstimo Gothchen; dizei-nos turba de famintos, tribo de miseráveis, valerá a pena para matar temporariamente a divída flutuante, aumentar consideravelmente a dívida fundada, para depois, nos transes aflitivos do pagamento dos juros enormes desta dívida, fazer ressurgir aquela, quem sabe se mais pavorosa e fatal, de que ela hoje é?»

O Raio. Folha política pelo autor da Lanterna, 1873.