Era oito de março de 1857 quando trabalhadoras da fábrica têxtil Cotton de Nova Yorque entraram em greve contra suas péssimas condições de trabalho. As operárias trabalhavam de 14 a 16 horas por dia e recebiam salários miseráveis, menores que o dos homens, como acontece ainda hoje. Muitas tinham que levar os filhos pequenos para trabalhar junto. Não havia licença-maternidade. Diante da negativa da empresa ante suas reivindicações, 129 mulheres ocuparam a fábrica.
O patrão chamou a polícia, que fechou as portas da fábrica e pôs fogo no edifício. Todas elas morreram queimadas. Dizem que, quando elas pararam as máquinas, estavam tecendo um tecido lilás, por isso essa cor é tão usada na luta das mulheres trabalhadoras.
Foi em memória a essas mártires do movimento operário que o oito de março foi dedicado a mulher oprimida e sua luta. Isso evidentemente não tem nenhuma relação com o caráter que vem tomando essa data hoje, em que imprensa e políticos burgueses fazem homenagens para as mulheres burguesas, ou seja, as empresárias, governantes, parlamentares e estrelas da mídia.
O 8 de março portanto não diz respeito a qualquer mulher, diz respeito à mulher do povo. Fica contraditório homenagear as ricas, que pertencem à mesma classe daquele patrão que em 1908 assassinou as operárias. Por isso, é uma data por excelência para dizer que a luta dos oprimidos continua, e que em meio a tragédias como essa, trouxe também muitas conquistas.
Haver um só dia da mulher é muito mau sinal.
É sinal que a mulher ainda não conseguiu tal como o homem a sua emancipação económica e social e politica e a revolução ainda está por fazer.
Este dia tem de ser transformado no dia da mulher e do homem explorado e ofendido pelo estado e pelo patrão.
É evidente que a mulher como ser mais frágil sofre também de violência doméstica, mas o homem também é disso vitima só que em quantidades menores.
Estes episódios são fomentados pela sociedade e depois os estados fazem papel de bons da fita criminalizando por que não consegue ir à raiz dos problemas.
Homens e mulheres de mãos dadas contra o capital contra os estados e contra a exploração económica e social.
Viva a revolução social anarquista!!